domingo, 28 de dezembro de 2008

1 Year

Um ano de "Sunflower", um ano de emoções, de caminho, de procura de fio condutor, de relacionamentos, de espelhos, de coincidências (ou não), de fascínios, de realidades, de encontros, de dúvidas, de respostas, de desafios, de corridas, de estagnamentos, de avanços e de retrocessos ... quando leio tudo o que escrevi, e me deixo novamente transportar para as emoções que me levaram a escrever, sinto que não sou a mesma, nem poderei voltar a ser... "tempo, esse grande escultor"... mas sinto também que algumas coisas que escrevi apenas agora começaram a ganhar forma e por isso são ainda tão frágeis dentro de mim, outras ganharam forma e desenvolveram-se por caminhos que não esperei, outras deixaram de ser simples imagens de uma ideia e passaram a fazer parte da pessoa que hoje sou.
Depois de um ano, talvez o que mais gosto de perceber em mim é que cada vez menos as marés me transportam sem que pense para onde... talvez o que menos gosto de perceber em mim é que a inocência que me permitia fascinar cada vez existe menos ... não sou a mesma ... nem poderei voltar a ser.

domingo, 2 de novembro de 2008

Dentro de ti ...

Não ... uma palavra complicada para mim ... acho que finalmente a estou a aprender a utilizar. Mas aprender a dizer não é mais do que dizer não a algo ou alguém, é dentro de nós aprendermos a sentir esse não como caminho, como o que queremos, como decisão, como algo que para nós apenas assim pode ser vivido ... o Fernando Pessoa escreveu "Porque sou tão infeliz? (...) Porque metade de mim não está irmanada com a outra metade. A conquista de uma é a derrota de outra." Eu acrescento um comentário que ouvi a esta frase ... serei sempre vencedora quando a decisão for minha.
O não e o sim são forças únicas, mesmo quando não prenunciados ... mas são ambos chaves que abrem e fecham portas ... se realmente os aprenderes a sentir dentro de ti.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Diferença

Ela existe e, de modo nenhum, é subtil. A enorme diferença entre o que desejas e o que queres. Vamos colocar as duas situações como Desejar – aquilo que mais desejas num determinado momento; e Querer – aquilo que sabes que precisas para continuares no teu caminho. A maioria das vezes caímos no pequeno grande erro de acharmos que querer e desejar são a mesma coisa … não são decididamente e hoje sei-o. A prová-lo existem pequenos pormenores que alguém em tempos escreveu, vamos a uma canção dos Rolling Stones “You can't always get what you want / But if you try sometimes you might find / You get what you need” ou da mão de Jeanne Vietinghoff “ Acredita na eficácia da morte do que queres para participares do triunfo do que deve ser.”.
Dou por mim a perguntar-me como pude acreditar durante tanto tempo que desejar e querer eram uma e só coisa … sorrio quando me dou conta das muitas pedras que já plantei ou permiti que plantassem no meu caminho única e exclusivamente por causa disso Hoje sorrio perante elas, não as mudava, fazem parte da pessoa que hoje sou, não sei quem seria sem essas vivências, mas sei que a confusão entre querer e desejar nos podem levar a caminhos … não posso dizer que não foram bonitos mas são com certeza caminhos que sempre me transportaram para os meus limites.
Não me vou mentir, o desejo continua a existir dentro de mim, e ainda bem. A vontade de lhe ceder é por vezes maior do que o que quero, por vezes ainda cedo perante os seus caprichos, não tenho pena, faz parte de mim viver esses momentos … a felicidade de descobrir a diferença entre estas duas palavras / sentimentos reside apenas no não viver ao sabor dos desejos, reside no facto de apenas ceder perante aqueles que realmente valem apena serem vividos … e isso torna-os tão mais especiais.
Confesso, ergo o copo a esses momentos mas sei agora que o dispersar de energias apenas no que desejamos nos pode fazer gastar as energias que necessitamos para obtermos o que queremos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O que não quero?

O que não quero? Nunca foi algo que me preocupasse ou definisse, sempre fui mais "o que quero", para "o que não quero" deixava o espaço vago pela vontade de chegar ao que quero...
Desta vez, a minha essência fez-me a surpresa de estar no oposto de mim e... sim, não foi no brilho das cores do que quero que me encontrei, mas antes no negro do que não quero e ... não quero os meios termos da ilusão.
A minha existência tem apenas o polvilhado de alguns sentimentos que se assemelham a esse majestoso sentimento, por isso não me quero prender à ilusão das meias relações, por isso não quero a prisão que deixamos os meios termos criarem em nós... e no espaço vago por esse sentimento de "não quero" quero-o apenas ocupado pela sinceridade do que tenho, pela ausência das amarras da ilusão e pelo sonho de um dia me sentir a mover por algo que realmente me transporte para esse sentimento que move o mundo.

Surpreendida...




Surpreendida por ter mais uma vez encontrado algo que me diz tanto.


"Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou"

Silêncio e Tanta Gente - Maria Guinot

domingo, 7 de setembro de 2008

Noite de...

Noite de chuva no meio do verão, noite de recordações no meio de um sitio comum ... noites que me transportam para dentro de mim sem que tenha que mudar os percursos comuns ... noites que não assinalam o fim do verão, noites que não mudam a minha realidade ... mas noites que me transportam para dentro de mim, noites que me fazem vaguear pelo meu universo, noites que iluminam o caminho de quem não o procurava porque achava que o tinha encontrado ... noites, as noites são por vezes o universo que nos confunde e por vezes o universo que nos faz serenar ... serenei com o cheiro da terra molhada, serenei com o regresso a um passado recente ... serenei não com o sorriso de alguém mas com o meu sorriso.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Li Algures...














"A possibilidade
de arriscar
É o que nos faz homens.

Vôo perfeito
no espaço que criamos.

Ninguém decide
sobre os passos que evitamos.

Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos.

Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos."

Damário DaCruz

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Os Caminhos

Peguei em mim e simplesmente divaguei sem destino, por entre estradas dentro e fora de mim. Não se encontravam vazias como esperava, pelo contrario, as bermas estavam povoadas de sentimentos. Deixei-os correrem por dentro de mim, apanhei as flores e os frutos do que vivi, e sim, hoje sei que algumas das coisas que vivi germinaram dentro de mim.
No fim dos caminhos regressei, não tinha intenções de lá ficar, nunca tive, e sentei-me a uma mesa onde bebi, conversei, ri e vi como o passado e o presente se podem misturar, onde o passado e o presente se abrem como folhas de livros que se lêem, onde não entendes o que vais encontrar no futuro ... nem pretendo... onde lês o que realmente te importou do que ficou e o que realmente importa do que existe.
Fechar os olhos e ouvir-me, percorrer caminhos e ouvir-me, conversar e ouvir-me ou pura e simplesmente sentar-me à mesa com as emoções que já existiram e ter a noção que não me ouvi nesse momento mas brindei a esses momentos ... faz-me sorrir perceber que existem verdades no que vou ouvindo pelo caminho e uma das que conservo dentro de mim é que "A vida se resume a relacionamentos humanos".
Brindo a esta noite, de passado e presente, de vinho tinto e conversa solta, de risos fáceis e olhares brilhantes... brindo-te hoje como não o soube fazer antes.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Abrir a Janela

Apreciar a beleza de alguns momentos é muito semelhante a conseguirmos-nos abstrair do mundo que nos rodeia e focarmo-nos num único pormenor de um universo repleto de distracções.
Foquei-me num olhar num momento em que me tentava abstrair do facto de não me conseguir entender ... sorrio quando me apercebo que esse olhar me ajudou a entender que existem coisas que... apenas se abre a janela e se deixa esvaziar a casa...
Ao abrir a janela presenciei uma enchorrada de emoções a saírem, e descobri que caminhei muito para finalmente não me sentir revivalista e aprender a dar valor ao respeito.

sábado, 5 de julho de 2008

Esta Semana

Existem momentos em que descobres que saber o chão que pisas é agradável. Isso exige que os impulsos sejam substituídos pelo saber o que realmente se sente, o que realmente existe dentro de nós e não ficarmos presos nem ao momento presente, nem a sentimentos passados, sonhos futuros ou pensamentos e sentimentos de terceiros.
Existe algo dentro de nós que foi construído por algo mais, por um conjunto de diversos momentos que construíram um sentido de caminhada. Esse conjunto de momentos construíram sentimentos e pensamentos, não exclusivamente racionais, mas construídos com algo mais do que simples impulsos. A vida é feita de momentos, e sim alguns momentos e ambientes podem fazer-nos sentir a vontade de, pura e simplesmente, deixar as coisas acontecerem de acordo com o que nos está a ser proporcionado … mas por vezes isso é, não só, não nos respeitarmos, mas também, não saber respeitar a pessoa que nos proporcionou esse momento.
Esta semana descobri finalmente que o respeito por mim e por quem me rodeia pode ser um unico e só sentimento. Sim sinto-me mais serena por esta semana me ter respeitado, por esta semana ter respeitado as minhas certezas e as minhas dúvidas que persistem. Esta semana eu consegui resistir ao impulso do momento que me ofereceram ... mas agradeço ter podido viver esse momento bonito.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Conversar Contigo

Chego a casa e não me apetece ser bombardeada por tudo o que o mundo nos oferece para nos distrairmos do que nos vai dentro. Não, hoje quero apenas ouvir o que me vai dentro. Esta noite não me vais ouvir, esta noite não me vou ouvir através do que falamos, não te vou ouvir através do que conversamos. Esta noite as quatro paredes da minha casa voltam a ter esse peso. Fecho os olhos, hoje quero realmente ouvir-me, à algum tempo que não o faço, na realidade à mais tempo do que pensava...talvez.
Sorrio quando te encontro dentro de mim, esperavas-me apenas para conversarmos. Mesmo sem estares continuas a ser tu o meu meio mais simples de me ouvir … e ao sentar-me em frente a ti sabe-me bem sentir-te ali. Como é comum, conversei contigo horas fio, o tempo voa... não dei por ele passar... perdi-o nas palavras que te disse, nas palavras que ouvi, no teu sorriso quando as dizias, no teu olhar, nas tuas expressões... no final da nossa conversa consigo sentir uma vez mais esse sentimento de tudo se ter encaixado dentro de mim… as peças do puzzle que andava a evitar construir encaixaram-se finalmente. Não está completo, não sei se algum dia estará, mas este bocado do puzzle estava à espera que eu o construísse… mas tem sido complicado conversar contigo, talvez apenas assim conseguísse construir esta parte do puzzle…
Não me surpreendo por mais uma vez ter gostado de falar contigo, sabe sempre bem, mesmo naquilo que apenas consigo falar assim, mesmo quando não estás. Sim, esta foi a noite em que não estavas mas encontrei-te e mais uma vez os meus desenhos toscos ganharam forma.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O Teu Sorriso

Fim de mais um dia, nada de muito especial a acrescentar, foi apenas mais um dia no anonimato do mundo que gira. Rumo a casa, pela ponte de sempre, aquela que me permite desconectar de um universo que também é meu, e no vaguear do pensamento aterro num sorriso que conheço muito bem, não o conheço à muito tempo, porque também à relativamente pouco tempo que existe. Esse sorriso vem acompanhado por essa voz que me faz serenar, que apaga tudo aquilo que me move e que me faz parar, essa voz faz-me acreditar na inocência de tudo. Já tem as suas manhas, após algum tempo, ninguém resiste a ter manhas, mas adoro as manhas de quem me oferece um sorriso e apenas me chama, por esse nome que apenas ela me chama, essa palavra que me acaricia a alma e arranca de mim o meu mais sincero e bonito sorriso. Quando chego a casa apetece-me telefonar-te... já é tarde... tenho as saudades de te ouvir. Imagino que fico uns minutos a falar contigo, contas-me o teu dia e fazes-me sorrir. Gosto desse sorriso que tens a capacidade de arrancar de mim, gosto da serenidade que me ofereces, gosto das brincadeiras que fazem parte do nosso universo, gosto do amor e do carinho que tenho por ti ... o nome que me chamas e o teu sorriso dançam dentro de mim, e agradeço todos os dias alguém me ter oferecido o doce prazer de existires na minha vida. Adoro-te, meu pequeno anjo travesso de olho claro como o meu.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Passos

Os caminhos devem ser percorridos com a serenidade de quem tem a certeza que se passeia sem destino preestabelecido, com a serenidade de quem sabe que pode ser surpreendido em uma qualquer esquina do caminho.
Por vezes surpreendemos-nos com novos passos que nos acompanham. Alguns têm ritmos difíceis de acompanhar, devido à sua rapidez, outros tornam-se monótonos de mais pela sua lentidão, no entanto, existem passos que têm o nosso ritmo, com os quais sentimos prazer em caminhar.
Esses são aqueles passos que nos estimulam quando o nosso ritmo se torna lento, que nos serenam quando temos tendência para começar a correr e que nos acompanham quando o caminho se torna mais agressivo. Sorrio quando penso nessas passadas ritmadas ao meu lado, que quebram os caminhos percorridos vezes sem conta e me fazem percorrer caminhos onde me conheço, onde a paisagem não está viciada, onde me aventuro para algo novo e bonito, onde os passos encontram uma estrada e não atalhos meio toscos.
Mas mesmo com esses passos, por vezes, também se tropeça e se perde um pouco o ritmo. Por vezes aventuramo-nos a percorrer novos caminhos, e isso faz com que os passos, que nos acompanham, alterem o seu ritmo face ao caminho. Paro, espero conseguir entender o ritmo da passada que me acompanha, tento entender onde a estrada me leva, tento entender… tentar entender onde estamos, onde vamos e como vamos pode, por vezes, fazer-nos perder a noção de que os caminhos devem ser percorridos com a serenidade de quem se passeia sem destino preestabelecido, com a serenidade de quem apenas gosta de sentir o prazer de caminhar acompanhada por esses passos que já conhecem os meus passos.

terça-feira, 3 de junho de 2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008

sábado, 31 de maio de 2008

Fio Condutor

Por vezes sinto que perco o meu fio condutor, nessas alturas chego mesmo a duvidar se ele existe na minha existência. São diversos, diferentes e quase sempre lindos os mundos onde vivo. São diversos, diferentes e quase sempre lindos os motivos que me fazem entrar nesses mundos.
Não escondo de ninguém que sempre me considerei uma pessoa de extremos e de limites, não escondo de mim que isso por vezes se torna perturbador para o meu mundo privado. Confesso que, por vezes, me questiono porque me mantenho em alguns deles. Confesso que, por vezes, me questiono se alguns deles ainda têm, ou alguma vez tiveram, motivo para existirem dentro de mim.
Sim, cada mundo novo em que entro me faz questionar os outros por onde andei ... eu permito e até agradeço que isso aconteça, mas as permanentes diferenças no meu mundo fazem-me duvidar, mais vezes do que o que gostaria, se me conheço, se existe algo que se mantém permanente no espaço vazio entre mundos.
Essas zonas de vácuo, deixam aquela sensação de vazio, de falta de consistência. Nessas zonas de vácuo, eu sou genuinamente eu. Nessas alturas, por vezes questiono-me por onde andei, nessas alturas questiono o que poderia ser diferente se não tivesse vivido em alguns mundos, nessas alturas questiono-me se me quero efectivamente conhecer, nessas alturas questiono as verdades que tenho dentro de mim, nessas alturas questiono o que sinto, nessas alturas ...nem sempre gosto do que descubro.
Por isso ... por vezes duvido se tenho fio condutor.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Com Vocês

Custa-me acreditar que naquela casa vou passar apenas a viver memórias, custa-me acreditar que uma casa onde vivi tantas alegrias agora vou viver da recordação delas. A realidade por vezes projecta-se em nós como se fosse uma bala. Dentro de mim nada morreu, mas instalou-se esse sentimento de saudade que as recordações não podem matar. Sinto saudades dos tempos em que viajávamos juntos, em que pacientemente me ensinas-te tantas coisas que recordo diariamente. Foste tu que me instalas-te o bichinho e sim ... fica descansado eu vou ter cuidado porque a saudade não consegue matar o amor que sinto por ti ... por vocês. É mais do que saudades de pessoas, é saudade de um tempo onde aprendi tantas coisas, é saudade da vossa atenção, do vosso riso com as minhas parvoíces, do vosso olhar quando me ouviam a falar.
Com vocês, e com a saudade que sinto desse mundo, a minha alma ficou cheia da verdade que poucas pessoas nos marcam, mas essas serão importantes para sempre. Vou ter saudades para sempre da pessoa que apenas vocês conheceram, porque quando se ama como vocês me amaram ... descobre-se que não existem palavras que expressem a saudade.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Fim e Inicio

Todos os anos por esta altura subo as muralhas e refugio-me dentro de mim. Este ano dentro da minha muralha encontrei o fim. Ao olhar para dentro de mim encontrei o adeus a pessoas que amei e o adeus a pessoas que ainda amo, encontrei o fim da caminhada de outras que amo, encontrei o fim de realidades da minha existência que nunca imaginei vir a perder.
"A partir de um certo ponto, não há retorno. Este é o ponto que é preciso alcançar." - Franz Kafka
O fim e o inicio misturam-se tantas vezes. Não desci o pano da minha peça, mas estou a viver uma nova peça. Levantem-se os actores de sempre, levantem-se as novas caras... pois... entre vocês existem novas caras, entre vocês existem caras que parecem de sempre, mas entre vocês... entre vocês faltam pessoas que amei e outras que amo, entre vocês falta algo que apenas alguns tinham capacidade de me oferecer ... neste cenário falta o cenário onde sempre me encontrei.
Após se conhecer a sensação do fim, não há retorno, e isso faz-nos regressar ao início. A essência do cenário que procuro neste palco está dentro de mim, a minha essência estava nesse cenário. Desta vez não me procurei, desta vez encontrei-me ... o que vocês me ofereceram já mais alguém me voltará a oferecer, o que fui para vocês já mais serei para outra pessoa.

sábado, 10 de maio de 2008

Regresso

Regresso ... estou de regresso a uma casa que conheço, a um ambiente que me é confortável ... a mim.
Perdi-me durante anos pelo mundo dos fascínios... perdi-me no mundo e descobri que o mundo é fascinante mas que tenho o meu próprio mundo.
É um regresso estranho, é como voltar de uma longa viagem, sabe sempre bem voltar a casa, mesmo que saibas que vais para sempre guardar recordações, mesmo que saibas que essa viagem te permitiu conhecer novos mundos, com realidades diferentes da tua ... mesmo sem saber se encontrei tudo o que procurava, quando iniciei esta viagem sem ideias pré-concebidas.
Quando regressas, o conforto que a tua casa te oferece é único, sentes uma paz a invadir-te, uma serenidade que apenas aqui encontras. No entanto a viagem permitiu-te descobrir que o mundo tem muitas realidades, que a tua verdade não é única, não é melhor, não é pior... é apenas a tua verdade. O regresso permite-me perceber que o meu mundo não está assim tão diferente, mas existe uma maior consciência relativamente à existência de um outro mundo.
As viagens criam um género de bichinho dentro de ti, uma vontade de descobrires sempre mais, de aprenderes sempre mais, de prolongares a tua descoberta mais um pouco, de te evadires, de seres outro eu que te é permitido ser nesse mundo, de te reinventares de ... regressei com a certeza que existe ainda um mundo enorme que não conheço, mas... esta foi uma longa viagem e o regresso está-me a saber ainda melhor.

sábado, 3 de maio de 2008

Misirlou

Dentro de mim a mistura de um passado regressado do pó da saudade inexistente ... dentro de mim as portas que se fecham e tornam a realidade presente no passado recente ... dentro de mim, quase como ritmo de batida de coração, a música incessante da banda sonora do "Pulp Fiction" - "Misirlou".
Sim ... quando do passado te chegam as respostas aos porquês que se mantiveram dentro de ti, já sem os dramatismos de quem está a viver o sentimento, mas com a simplicidade de quem já não se vai afectar com as respostas. Quando no presente sentes as portas do marasmo a fecharem-se e dentro de ti aquele ritmo incessante do Misirlou a encher-te da sensação que o tempo não para... essa sensação de movimento que não te permite prender aos pequenos nadas dos quais, recentemente, ganhas-te consciência que não te influenciaram ... é fascinante e assustador como sentes a vertigem de não parares muito tempo ... não interessa a fazer o quê mas o movimento não te permite pensar... foram anos de marasmo, foram anos de teias e pó e... corres com a frieza de quem quer vencer, de quem não se quer prender aos sentimentos que se formam, de quem sabe que se passar por estes resíduos da zona nublosa com a atenção fixa na raivinha que se está a formar no estômago, vais conseguir vencer o vício da cedência, da extenuante vontade de achar que a cedência te permite entender o inatendível ... neste vão entre portas, todos os dias a paisagem se transforma, neste vão entre portas a incessante batida do Misirlou a desprender-me das amarras do passado e a não deixar-me criar amarras por onde passo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nothing Unusual...

"Nothing unusual nothing strange / Close to nothing at all / The same old scenario the same old rain / and there's no explosions here / Then something unusual something strange / comes from nothing at all" Damien Rice - Amie
Apenas a viagem de sempre, nos espaços de sempre, aquela viagem onde terminam os ruídos de fundo de mais um dia, aquela viagem que me devolve aos meus silêncios. Ao entrar nessa fronteira imaginária sou surpreendida pelas cores vermelhas de um pôr de sol típico de primavera / verão, a música continua a tocar mas parece entrar mais dentro de mim, os carros à minha volta parecem já não me interessarem ... sabe bem sentir-me a regressar ao silêncio quente daquele momento.
Abro as janelas, sinto um calor de final de tarde de que já tinha saudades, com o vento os cheiros característicos de um final de tarde de verão, o cheiro a rio, o cheiro a feno, os cheiros ....
Sim nada de mais, mas a calma deste final de tarde ofereceu-me um pouco de verão, um pouco de mim, um pouco do sossego das vozes, do burburinho das gentes... um pouco daquele silêncio quente que nos devolve a nós próprios.
Sigo viagem para um novo rumo, aterro na areia, bem de frente para o mar... mais cheiros que me transportam para dentro de mim, finalmente o pôr de sol, mais um dia findo, mais um dia sem nada relevante, talvez ... sim talvez me venha a lembrar deste momento em que em frente ao mar sorri com os pensamentos que dançavam dentro de mim ... sim, o silêncio dos burburinhos, o passeio por nós, o conforto de usufruir de um final de dia sereno em frente ao mar... a areia entre os dedos, o cheiro do mar e continuo a deixar que imagens e sentimentos venham e vão ao ritmo do mar. Neste final de tarde, nada de estranho, apenas o conforto do silêncio dentro de mim.

sábado, 19 de abril de 2008

Parábolas

Normalmente sinto que desenhar e escrever para mim são processos de interiorização, são os dois meios mais simples que tenho de me entender. O que fica no "papel" são reflexos exteriores de mim e do meu processo de auto-conhecimento, processos que me vão ajudando a entender as bases imutáveis do ser vivo em mutação que existe dentro de mim.
Mas, ultimamente, tenho sido surpreendida com o facto de me entender através de processos exteriores a mim, por vezes os meus reflexos surgem nas palavras de terceiros, de pessoas que, do nada, me oferecem um entendimento simples de mim que me fascina. Dentro de mim dançam alguns desses momentos, esses momentos que fizeram os desenhos que andam secretamente às voltas dentro de mi em traços toscos, porque sei que, no fundo, tenho medo de um dia os ver como são na realidade, fiquem totalmente definidos sem medos e sem angústias ... alguém ter a capacidade de me conhecer a esse ponto e, através de simples palavras, conseguir abalar os meus medos e inseguranças é... fascinantemente assustador.
A esses momentos chamei de Parábolas ... as 5 parábolas. Sim, a todas elas dei nomes, a primeira de todas foi a da "Passa", após esta surgiu a parábola do "Fascínio", a do "Proibido", a das "Energias mal orientadas" e a última, aquela que não foi dita mas oferecida em muitos momentos, a do "Chapéu Plim-Plim".
Sim, todas elas me deixaram momentaneamente pregada ao chão, momentaneamente senti-me invadida por aquele sentimento de me sentir totalmente vulnerável perante alguém, completamente desprovida de barreiras ... durante pequeníssimos lapsos de tempo palpável, e enormes momentos de tempo interior, senti-me um ser translúcido. Heis a contradição dentro de mim, que sempre me considerei um ser demasiado complexo para me auto entender... alguém me conseguir fazer sentir que, para ele naquele momento, eu sou apenas um ser simples e compreensível...
Estas Parábolas mudaram a forma como olho para as coisas imprevisíveis que me vão acontecendo, mas a cima de tudo, estas Parábolas ofereceram-me uma forma muito mais simples de olhar para mim, uma maneira muito mais simples de me entender, respeitar e me amar.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Porto de Abrigo

Nem sempre te consegues sentir acompanhada na tuas navegações, podes ter dezenas, ou até centenas de portos de abrigo que sabes que te receberam, mas nestes sentes sempre que são apenas bons portos de abrigo para uma noite de viagem, são portos que conheces, portos que já te são confortáveis ... mas apenas pontos de referência ao longo da viagem.Depois existe aquele onde chegas, nem o conhecias, mas a noite estava tempestuosa, o vento violento e viste ao fundo um farol, paras-te a medo, mas tens noção que é melhor do que estares no mar numa noite daquelas. Ficas-te à espera que o tempo melhorasse ... e quando o sol volta a raiar, sentes que ali o sol tem um brilho diferente, o ambiente do porto te aconchega e ... foste ficando.
Quando deste por isso, ficas-te presa a esse porto de abrigo, à brisa amena, ao brilho do sol, ao riso das pessoas... sem esperar nesse porto não te sentes em viagem, não sentes o bichinho de partir não sabes para onde, não sabes à procura do quê.
Quando dás por ti sentes-te a sorrir, sabes então que não vais ficar em terra, tens em ti o apelo do mar, mas naquele momento sabes que por muitos portos e pontos de viagem que tenhas aquele será um porto que vai estar dentro de ti ... naquele porto sentes o calor de casa, naquele porto sentes que te encontras-te ... naquele porto não te sentes só, sentes-te acompanhada na viagem, sentes dentro de ti o calor confortável da companhia ao longo da viagem, de te reconheceres nele, de gostares de quem és quando lá estás.
Naquele porto sentes que "Todas as ondas do oceano são precisas para levar ao porto o navio da verdade"

terça-feira, 1 de abril de 2008

Uma Imagem ...

Uma imagem retida dentro de mim pode ter contida dentro dela tantas palavras que não se escrevem. Gostava de ter essa arte que me permitisse passar para o papel essa imagem, gostava de conseguir oferecer-te essa imagem, onde nela conseguísses ler todas essas palavras que não digo porque tenho a certeza que no final teriam uma forma incompleta, seriam tão pequenas perante a imagem que tenho dentro de mim.
Sim, um olhar, um sorriso, um momento … apenas um momento que guardei na minha memória e por onde, por vezes, me refugio para encontrar esse sorriso tão simples e tão raro que uma simples imagem me pode oferecer… mas posso dizer-te algo tão simples como … talvez até nem te tenhas apercebido mas nesse momento fizeste-me sorrir … apenas sorri.

sábado, 22 de março de 2008

Um Amanhecer...

Por vezes o amanhecer traz-nos a uma realidade que não esperávamos, a luz do dia pode-nos oferecer o rosto dos medos ou a beleza das formas iluminadas. Os receios calam as palavras ao deitar mas os sentimentos procuram os caminhos que não esperamos para saírem de dentro de nós ao amanhecer.
Acordei com esse sentimento bonito de serenidade dentro de mim, acordei para esse carinho que me povoa, para esse meu lado que me faz sorrir, para essa forma magnifica de dar e receber o que o universo me tem para oferecer. Quando nada se espera o que se recebe sem medos pode ser magnifico. Mas não me quero enganar, sinto alguns medos dentro de mim, que me povoam porque não conheço os caminhos do destino. Esses medos roubam-me as palavras e fazem-me caminhar devagar. Mas talvez a serenidade resida nesse caminho calmo e sereno, que me levará para esse lugar que já conheço, onde sou eu mesma, onde leio e me sabem ler, onde os sorrisos são fáceis e as palavras partilhadas nos oferecem mais de nós mesmos do que o que esperávamos.
Eu sei que é para lá que desejo que os meus passos me levem, só não sei qual é o caminho... as formas que ele ganha por vezes não são as que esperava encontrar. Mas quero acreditar que caminhar por vezes seja apenas isso, amanhecer a sorrir.
O que vem após o amanhecer, não pergunto porque me encontro nesse lugar que nada espero… o que vem após o amanhecer … o dia o dirá eu apenas quero agradecer o que ele me oferecer.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Caminhada

Como é incrível a vida e os relacionamentos humanos que vivemos ao longo dela. Por vezes as situações são tão claras que parecem água cristalina, outras vezes parecem uma palete de cores com degradações e intensidades tão diferentes que chego a assustar-me comigo e com quem me rodeia.
À pouco tempo fizeram-me parar e observar a minha palete actual, fiquei espantada, quase sem respiração, perante a diferença e intensidade de cores que me rodeia. Por outro lado, apeteceu-me rir de mim mesma ... a vida pode efectivamente ser bela.
Mas no meio do turbilhão é-nos exigido uma dose extra de confiança, um pouco de loucura e um pouco de sensatez ... saber viver, nestes momentos, é saber dar a dose certa a cada um destes elementos e sabe-los misturar a todos dentro de nós com muita harmonia.
A vocês, a quem sorri e que fazem parte de mim, sentem-se, pulem, riam, chorem, gritem, sussurrem, fiquem calados ... não interessa, são vocês e apenas vocês que decidem que tipo de percurso querem ter enquanto caminhamos lado a lado. São vocês e apenas vocês que decidem o ritmo da caminhada, são vocês e apenas vocês que decidem quando querem parar. Eu vou continuar e vou, com certeza, ser diferente da pessoa que encontras-te no início, eu vou ser eu e mais tudo aquilo que aprendi contigo... obrigado.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Esta foi a noite...

Quando se entra numa casa nem sempre se sabe o que se vai encontrar lá dentro. À entrada o pequeno nervosismo das caras novas, e vai-se ficando, e vai-se conhecendo e dando a conhecer numa nova e magnifica dança. Cada pessoa tem o seu ritmo, e em cada pessoa conheces uma nova pessoa dentro de ti. Fui ficando, perante esse convite inesperado, fui-me surpreendendo e fui dançando e rindo e conversando e … as tuas palavras voltaram a mim … “O que interessa não é o ambiente que te criam para viveres mas o ambiente que tu crias para viver” e desta vez desloquei-me apenas alguns metros.
De mim para ti que me sussurras-te ao ouvido, o meu mais sincero sorriso, de mim para vocês que conheci ao acaso, o meu sincero abraço, de mim para ti me que fizes-te um convite inesperado … o meu sincero carinho.
Esta foi a noite em que fui eu, esta foi a noite em que do nada o medo voou e descobri em mim esse eu diferente que raramente encontro ...
À saída a certeza que esta foi uma noite em que, inesperadamente, eu fui eu.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Quem Não Muda?

O livro “Tempo, esse grande escultor” ; o filme The Bridges of Madison County - “Things change. They always do, it's one of the things of nature. Most people are afraid of change, but if you look at it as something you can always count on, then it can be a comfort.” e o facto de alguém recentemente me ter chamado revivalista faz-me pensar nisso mesmo … na forma como convivo com o tempo na minha existência. O tempo foi-me esculpindo com os “amores e medos” que me foi oferecendo, sou um produto do tempo. Mas neste momento penso que não me prendo tanto aos fantasmas do passado, nem ao revivalismo dos bons momentos … hoje penso que não me prendo tanto ao que tenho no presente e não vivo dos sonhos de um futuro que eventualmente poderá chegar… hoje ...hoje apenas joguei com as cartas de hoje.
Talvez, cada vez mais, me sinta confortável com o facto de saber que a minha realidade pode mudar a uma qualquer esquina da minha vida. Sinto-me mais eu porque não estou tão revivalista mas … mais do que tudo … sinto-me mais eu porque o facto de ter menos medo de amanhã acordar e não ter tudo o que tenho hoje me permite ser mais genuína. Isso, mais do que qualquer coisa, faz-me centrar na única coisa que tenho certa, enquanto viver conscientemente este milagre chamado vida o facto de saber que o amanhã nada mais será do que uma página em branco de um livro que se vai escrevendo, um livro que apenas eu posso escrever, um livro que tem como titulo "Eu". Essa é para mim a vertigem saborosa da vida.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cada Pessoa

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."
Charles Chaplin

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Vi-te...

Sorrio … por vezes o meu universo é evadido por esses momentos simples que me fazem sorrir. Fiquei com a recordação desse olhar simples dentro de mim. Quando te olhei não vi um simples olhar, os teus olhos fizeram-me viajar por esse carinho que me povoa, por esse tudo o que já vivemos e partilhamos, por esse tudo que um simples olhar singelo teu me pode oferecer.
Nem sempre se consegue essa sintonia momentânea, raramente temos o privilégio de do nada a nossa alma observar com muito mais do que os olhos. Por vezes surpreendemos-nos e o nosso universo sente-se feliz e quase que arrisco dizer apaixonado. Não è a paixão ardente, esta a que me referi, é um género de embriaguez, um género de estado de ausência perante o mundo … por vezes voamos sem termos que tirar os pés da terra, sem que isso tenha proporções que se reflictam no futuro … é apenas o momento… e aquele momento é muito mais que um momento, é a capacidade de olhar pela milésima vez para o rosto de alguém e descobrir uma nova e magnífica forma de o ver … é a sensação de ver o mesmo rosto como uma descoberta, como se nunca antes tivesse olhado para ti ou te tivesse realmente visto. Sim, hoje olhei para ti e sorri, o meu universo ficou mais rico com a forma como hoje te vi.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Depois de Algum Tempo

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se,e que companhia nem sempre significa segurança. E começa aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio em vão.
Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoa-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que leva muito tempo para se chegar aonde está indo, mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus actos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tontices, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva, tem direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama mais do jeito que você quer não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
E que, com a mesma severidade com que julga, será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você junte seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida !!!"
William Shakespeare

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um Outro Eu

Num universo diferente daquele em que passo a maior parte do meu tempo, em vez de um simples adeus, até um dia que existirá se assim tiver que ser, ouvi… “nunca te esqueças, o que interessa não é o ambiente que te criam para viveres mas o ambiente que tu crias para viver” … como é verdade. Hoje voltei a ti e a esse momento e a tua frase voltou a ter muito sentido. Quem me disse esta frase conheceu um outro alguém que brotou de dentro de mim sem que para isso me tivesse que esforçar, e sim... faz sentido todo o contexto em que foi referida, e sim eu poderia criar esse universo a que ele se referia e sim também nele poderia ser feliz. Eu seria diferente daquela que conhecem … que algumas pessoas acreditam ser a única versão de mim. Alguns, muito poucos confesso, em momentos muito específicos conhecem esta pessoa. No fundo acredito que essa sou realmente eu, se efectivamente acreditasse que podia viver o que me disseste... Mas o medo…
Acredito que o nosso universo sentimental se resume a dois sentimentos muito simples – medo e amor – e sei que, se apenas em momentos muito específicos, sou esse meu outro eu é porque me deixo muitas vezes guiar por esse sentimento que me atropela chamado “medo”. Mas tens razão, eu posso criara o meu universo, esse mundo tão específico em que me sinto serena e em que parece que tudo flui sem esforço. Não preciso percorrer quilómetros de estrada para voltar a esse cantinho tão bonito deste nosso país, em que sempre fui feliz, em que a vida flui sem esforço, em que a comunicação é feita por tanto mais que palavras. Nesse universo as palavras existem num contexto tão completo, numa imensidão de verde, companhias agradáveis, conversas regadas e serenos momentos, em que a essência dos convivas flui por entre serenas risadas de boa disposição, em que a vida é simples. Como também tu me disseste, onde num universo do passado se vive um lado tão cosmopolita e actual, algo que dificilmente se encontra mesmo em supostas zonas cosmopolitas.
Fecho os olhos, e sinto-me a percorrer esse caminho de sebes, dentro de mim as nossas conversas, dentro de mim momentos simples … sim eu sei … esse eu posso criá-lo aqui, encontrá-lo aqui, sentir-me rodeada por ele aqui... basta saber encontrá-lo dentro de mim e sentir o grande prazer de me sentir rodeada por esse ambiente.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Fascínio

No silencio as tuas palavras vêm ter comigo mais uma vez… falas-me de fascínio como nunca antes ninguém falou, a simplicidade das palavras e o contexto em que as prenuncias-te fazem-me ficar presa a elas. Sei que ele existiu, sei que talvez tenhas razão e ele tenha surgido mais uma vez na minha vida, mais uma vez sem eu o procurar, mais uma vez sem eu o conseguir sequer controlar.
A vida é assim, por vezes sinto-me como se fosse tropeçando em coisas magníficas que me rodeiam sem antes ter dado por elas e sim … tens razão, fico fascinada pela beleza e pela simplicidade desses momentos, e a forma como esse fascínio me envolve faz com que outras pessoas sejam transportadas para dentro dele sem que esperem, sem que espere.
Sei que esses momentos em que me sinto evadida por beleza são isso mesmo, momentos que fazem sair de dentro de mim o que de melhor existe neste ser que é composto de tudo o que os outros são. Talvez seja um defeito esta capacidade que me é nata e que, confesso cultivo, de respirar esses momentos como se no momento seguinte o que vejo já tenha desaparecido. Dou por mim a perguntar-me o que é a vida se não um conjunto de momentos?
Então desejo que a minha vida seja repleta disso mesmo, um conjunto de momentos que gosto de absorver e viver, um conjunto de paisagens bonitas que me fazem sonhar, um conjunto de sons que me fazem sentir dançar por dentro, um conjunto de empatias que me fazem acreditar no ser humano, um conjunto de comunicações mudas que me fazem sentir em sintonia com tudo aquilo que gosto em mim, com tudo aquilo em que continuo a acreditar …com esse universo que apenas pode ser sentido e já mais contado, transmitido ou tocado.
Talvez … talvez me devesse assustar perante esse sentimento de vertigem que me cria o fascínio, mas não consigo porque ... é perante ele que eu me sinto, é nele que me encontro comigo mesma, é nesses momentos que pinto, é nesses momentos que a vida corre dentro de mim, é nesses momentos que me encontro, é nesses momentos que sou … é nesses momentos que eu sou eu.
Neste momento agradeço o facto de me teres devolvido ao meu fascínio pela vida e fico a desejar que a tua viagem seja de longa duração.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Fim

Dentro de mim cresce este sentimento ... conheço-o e no entanto cada dia ganha contornos diferentes.
Não o controlo mas observe-o como se não fizesse parte de mim, como se fosse uma mera espectadora ... hahaha mas não sou, sinto-o por dentro a desenvolver-se, sinto-o a crescer.
Sei que mais tarde ou mais cedo vou ter a certeza que não posso voltar a trás, sei que um dia destes não será apenas o tic tac, que neste momento me faz acreditar que vai criar uma explosão, um dia destes o tic tac transforma-se num simples clic e nada mais haverá para dizer, para contar ou para reviver ... ficará apenas um carinho por recordações e fotografias acumuladas ... o fim.
E assim será o fim, assim se vai escrever, sem culpas,magoas ou dores, apenas o vazio; sem perguntas,duvidas e indecisões, apenas acabou; sem ligar a quem fica, quem vai e para onde vamos, apenas fui; sem passado, sem presente ou futuro, apenas ...o fim.
Assim se termina uma historia que prometia continuar, assim se fecha o pano de uma peça muito apreciada, assim se fecha o livro de uma historia absorvente ... um fim não desejado como o fim de todas as historias que se gostaram de viver.
O fim escrito apenas a uma mão numa historia escrita a duas, um fim que ambas as maos espectavam mas nenhuma queria escrever ... Fim

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Um acordar

Hoje quando entrei no percurso rotineiro senti, o que por vezes me acontece, que me evadi. É um estado bonito porque me sinto a observar / absorver tudo o que me rodeia como se não existisse. Eu sem passado nem futuro apenas o momento presente. É lindo conseguir apreciar os pequenos nadas, o vento, os passos, os sons destintos do concerto "acordar de uma cidade", a cara sizuda, a cara serena, o sorriso de uma criança, o chão já gasto dos passos, o comboio que desliza, a buzina do condutor impaciente, uma folha que cai ... parece caótico e no entanto nesses momentos vividos, quase como que em câmara lenta, tudo parece fazer sentido na ordem do meu mundo, porque na realidade esses são os momentos em que entro no meu mundo sem as formatações da vida.
Quando acordei alguma coisa dentro de mim se desenhava ... sorri, inevitável não o fazer. Sim não sou apenas flor, tenho espinhos, não são poucos mas á pouco tempo os consigo olhar nos olhos, tenho pétalas macias e com um odor agaradável para contrabalançar o "picotado", tenho medos e em contrapartida sonhos e amor, tenho nós que desenho e nós que apago, sementes que deram frutos e outras que voaram com o vento...
Mas o sorriso com que acordei, não conhece esses picos e pétalas, não me pergunta por alegrias ou barreiras, não quer saber dos medos e do amor ... o sorriso com que acordei ficou a dançar dentro de mim e sei que no meio do "mundismo" que vai ser este meu dia ele está dentro de mim a dançar, como a chama no meio de um dia frio. Essa dança é fascinante, convida-me a entrar nesse lugar sem horizonte, a conhecer o brilho intenso do que se desenha, a entregar-me ao ritmo sem pensar ... esse sorriso é muito mais que um sorriso ... e eu sei.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Relacionamentos

Num sítio mágico para mim, num daqueles momentos que nos fazem sentir que só para os viver a vida já faz sentido, alguém me disse num momento de verdades “Cada vez tenho mais a certeza que a vida se resume a relacionamentos humanos”… prendo-me a esta frase e apercebo-me das inúmeras horas que já passei a vivê-la, as inúmeras palavras conversadas, a enorme diversidade de relacionamentos que já “colecionei” na minha existência… e quando em silêncio contemplo alguns desses momentos, não consigo deixar de sorrir, não consigo deixar de sentir que o meu universo é como uma enorme palete de cores … é bonita a forma como sorrisos, olhares e uma enorme diversidade de pequenos pormenores passam dentro de mim e me trazem aquela brisa amena que me faz sentir bem. O olhar, o toque, o sorriso, o aflorar da verdade que nos vai dentro … esse é o universo dos relacionamentos que mais me prende, a palavra que não é pronunciada…
Contemplar o olhar de alguém que se encontra à tua frente, é como ouvires mil palavras mudas de um mundo que apenas pode ser sentido. A variedade de sentimentos que já absorvi no olhar de quem gosto de ler, faz-me desejar viver na nudez desse mundo que, por vezes, a faculdade da comunicação verbal nos veta o acesso. É como estar perante um oceano de mil vagas… nesse oceano em que barreiras são demolidas porque não se consegue impedir que a alma seja lida, proporcionado a existência daqueles lapsos de tempo em que parece que o mundo parou de girar.
A verdadeira intensidade de alguns momentos apenas podem ser vividos no silêncio… a vida resumida ao universo dos relacionamentos das palavras mudas, é o que contemplo nesse olhar que me diz mais que mil palavras, porque as almas só se despem no silêncio dos momentos… a vida resume-se a isso mesmo, relacionamentos.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Música Na Nossa Esfera

"A minha primeira visão – um panorama do oceano num profundo azul brilhante, manchado com tons verdes, cinza e branco – era de atóis e nuvens. Perto da janela, eu pude ver que a vista do Pacífico em movimento era limitada pela grande borda curvada da Terra. Ela tinha um halo fino azul mantido próximo, e além, a escuridão do espaço. A visão tirou-me o fôlego, mas algo faltava – eu senti-me estranhamente vazio. Aqui estava um tremendo espectáculo visual, mas visto em silêncio. Não havia nenhum grande acompanhamento musical; nenhuma inspirada e triunfante sonata ou sinfonia. Cada um tem que escrever a música desta esfera por si mesmo."
Charles Walker, EUA, astronauta

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Oceano Em Nós

"Não julgues. A vida é um mistério, cada um obedece a leis diferentes. Conheces porventura a força das coisas que os conduziram, os sofrimentos e os desejos que cavaram o seu caminho? Surpreendestes porventura a voz da sua consciência a revelar-lhes em voz baixa o segredo do seu destino?
Não julgues; olha o lago puro e a água tranquila onde vêm quebrar-se as mil vagas que varrem o universo... É preciso que aconteça tudo aquilo que vês.
Todas as ondas do oceano são precisas para levar ao porto o navio da verdade. Acredita na eficácia da morte do que queres para participares do triunfo do que deve ser. "

Jeanne Vietinghoff (citado em "In Memoriam", por Marguerite Yourcenar)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

6 de Outubro 2007

Marguerite Yourcenar escreveu um dia algo parecido com "Tu não serás para mais ninguém o que foste para mim" ... verdade, mas não consolador. Essa verdade não é nada perante a dor de ter que encarar que alguém deixou de existir nas nossas vidas, não porque quisemos, mas porque assim aconteceu ... doí, faz-nos sentir que a alma sangra, por dentro de nós algo é arrancado à força, um bocado de nós desaparece ... essa é a maior mentira, a verdade é que um bocado do nosso futuro é-nos arrancado, roubado, mas o passado com essa pessoa que amamos continua connosco.
É esse amar alguém que já não existe que nos faz sentir um pouco como morrer com essa pessoa. A morte faz doer pelo afastamento de alguém que amamos para uma realidade onde não podemos chegar, que não podemos compartilhar ... é o medo pelo outro ... é o medo de não conseguirmos desenhar a nossa vida futura sem o amor e a presença dessa pessoa como parte integrante dela. O medo que nos faz sentir as veias cheias de sangue frio e quente ao mesmo tempo, o medo como dor lacerante, o medo que nos congela a acção em relação ao futuro ... o medo e o amor a dançarem dentro de nós sem que os consigamos distinguir.
Depois vem a habituação, porque a vida não para, começamos a desenhar uma nova vida com a ausência desse amor partilhado, fica então a enorme saudade que permanece de mão dada com a recordação desse amor vivido, a saudade por essa pessoa que já não seremos porque também nós não seremos para mais ninguém o que éramos para ela ...

Neste dia 2 de um novo ano, este ano como em todos os anteriores anos da minha existência... Onde quer que estejas...um beijo enorme de parabéns para quem muito amo.