terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Diferença

Ela existe e, de modo nenhum, é subtil. A enorme diferença entre o que desejas e o que queres. Vamos colocar as duas situações como Desejar – aquilo que mais desejas num determinado momento; e Querer – aquilo que sabes que precisas para continuares no teu caminho. A maioria das vezes caímos no pequeno grande erro de acharmos que querer e desejar são a mesma coisa … não são decididamente e hoje sei-o. A prová-lo existem pequenos pormenores que alguém em tempos escreveu, vamos a uma canção dos Rolling Stones “You can't always get what you want / But if you try sometimes you might find / You get what you need” ou da mão de Jeanne Vietinghoff “ Acredita na eficácia da morte do que queres para participares do triunfo do que deve ser.”.
Dou por mim a perguntar-me como pude acreditar durante tanto tempo que desejar e querer eram uma e só coisa … sorrio quando me dou conta das muitas pedras que já plantei ou permiti que plantassem no meu caminho única e exclusivamente por causa disso Hoje sorrio perante elas, não as mudava, fazem parte da pessoa que hoje sou, não sei quem seria sem essas vivências, mas sei que a confusão entre querer e desejar nos podem levar a caminhos … não posso dizer que não foram bonitos mas são com certeza caminhos que sempre me transportaram para os meus limites.
Não me vou mentir, o desejo continua a existir dentro de mim, e ainda bem. A vontade de lhe ceder é por vezes maior do que o que quero, por vezes ainda cedo perante os seus caprichos, não tenho pena, faz parte de mim viver esses momentos … a felicidade de descobrir a diferença entre estas duas palavras / sentimentos reside apenas no não viver ao sabor dos desejos, reside no facto de apenas ceder perante aqueles que realmente valem apena serem vividos … e isso torna-os tão mais especiais.
Confesso, ergo o copo a esses momentos mas sei agora que o dispersar de energias apenas no que desejamos nos pode fazer gastar as energias que necessitamos para obtermos o que queremos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O que não quero?

O que não quero? Nunca foi algo que me preocupasse ou definisse, sempre fui mais "o que quero", para "o que não quero" deixava o espaço vago pela vontade de chegar ao que quero...
Desta vez, a minha essência fez-me a surpresa de estar no oposto de mim e... sim, não foi no brilho das cores do que quero que me encontrei, mas antes no negro do que não quero e ... não quero os meios termos da ilusão.
A minha existência tem apenas o polvilhado de alguns sentimentos que se assemelham a esse majestoso sentimento, por isso não me quero prender à ilusão das meias relações, por isso não quero a prisão que deixamos os meios termos criarem em nós... e no espaço vago por esse sentimento de "não quero" quero-o apenas ocupado pela sinceridade do que tenho, pela ausência das amarras da ilusão e pelo sonho de um dia me sentir a mover por algo que realmente me transporte para esse sentimento que move o mundo.

Surpreendida...




Surpreendida por ter mais uma vez encontrado algo que me diz tanto.


"Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou"

Silêncio e Tanta Gente - Maria Guinot

domingo, 7 de setembro de 2008

Noite de...

Noite de chuva no meio do verão, noite de recordações no meio de um sitio comum ... noites que me transportam para dentro de mim sem que tenha que mudar os percursos comuns ... noites que não assinalam o fim do verão, noites que não mudam a minha realidade ... mas noites que me transportam para dentro de mim, noites que me fazem vaguear pelo meu universo, noites que iluminam o caminho de quem não o procurava porque achava que o tinha encontrado ... noites, as noites são por vezes o universo que nos confunde e por vezes o universo que nos faz serenar ... serenei com o cheiro da terra molhada, serenei com o regresso a um passado recente ... serenei não com o sorriso de alguém mas com o meu sorriso.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Li Algures...














"A possibilidade
de arriscar
É o que nos faz homens.

Vôo perfeito
no espaço que criamos.

Ninguém decide
sobre os passos que evitamos.

Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos.

Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos."

Damário DaCruz