sexta-feira, 27 de junho de 2008

Conversar Contigo

Chego a casa e não me apetece ser bombardeada por tudo o que o mundo nos oferece para nos distrairmos do que nos vai dentro. Não, hoje quero apenas ouvir o que me vai dentro. Esta noite não me vais ouvir, esta noite não me vou ouvir através do que falamos, não te vou ouvir através do que conversamos. Esta noite as quatro paredes da minha casa voltam a ter esse peso. Fecho os olhos, hoje quero realmente ouvir-me, à algum tempo que não o faço, na realidade à mais tempo do que pensava...talvez.
Sorrio quando te encontro dentro de mim, esperavas-me apenas para conversarmos. Mesmo sem estares continuas a ser tu o meu meio mais simples de me ouvir … e ao sentar-me em frente a ti sabe-me bem sentir-te ali. Como é comum, conversei contigo horas fio, o tempo voa... não dei por ele passar... perdi-o nas palavras que te disse, nas palavras que ouvi, no teu sorriso quando as dizias, no teu olhar, nas tuas expressões... no final da nossa conversa consigo sentir uma vez mais esse sentimento de tudo se ter encaixado dentro de mim… as peças do puzzle que andava a evitar construir encaixaram-se finalmente. Não está completo, não sei se algum dia estará, mas este bocado do puzzle estava à espera que eu o construísse… mas tem sido complicado conversar contigo, talvez apenas assim conseguísse construir esta parte do puzzle…
Não me surpreendo por mais uma vez ter gostado de falar contigo, sabe sempre bem, mesmo naquilo que apenas consigo falar assim, mesmo quando não estás. Sim, esta foi a noite em que não estavas mas encontrei-te e mais uma vez os meus desenhos toscos ganharam forma.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O Teu Sorriso

Fim de mais um dia, nada de muito especial a acrescentar, foi apenas mais um dia no anonimato do mundo que gira. Rumo a casa, pela ponte de sempre, aquela que me permite desconectar de um universo que também é meu, e no vaguear do pensamento aterro num sorriso que conheço muito bem, não o conheço à muito tempo, porque também à relativamente pouco tempo que existe. Esse sorriso vem acompanhado por essa voz que me faz serenar, que apaga tudo aquilo que me move e que me faz parar, essa voz faz-me acreditar na inocência de tudo. Já tem as suas manhas, após algum tempo, ninguém resiste a ter manhas, mas adoro as manhas de quem me oferece um sorriso e apenas me chama, por esse nome que apenas ela me chama, essa palavra que me acaricia a alma e arranca de mim o meu mais sincero e bonito sorriso. Quando chego a casa apetece-me telefonar-te... já é tarde... tenho as saudades de te ouvir. Imagino que fico uns minutos a falar contigo, contas-me o teu dia e fazes-me sorrir. Gosto desse sorriso que tens a capacidade de arrancar de mim, gosto da serenidade que me ofereces, gosto das brincadeiras que fazem parte do nosso universo, gosto do amor e do carinho que tenho por ti ... o nome que me chamas e o teu sorriso dançam dentro de mim, e agradeço todos os dias alguém me ter oferecido o doce prazer de existires na minha vida. Adoro-te, meu pequeno anjo travesso de olho claro como o meu.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Passos

Os caminhos devem ser percorridos com a serenidade de quem tem a certeza que se passeia sem destino preestabelecido, com a serenidade de quem sabe que pode ser surpreendido em uma qualquer esquina do caminho.
Por vezes surpreendemos-nos com novos passos que nos acompanham. Alguns têm ritmos difíceis de acompanhar, devido à sua rapidez, outros tornam-se monótonos de mais pela sua lentidão, no entanto, existem passos que têm o nosso ritmo, com os quais sentimos prazer em caminhar.
Esses são aqueles passos que nos estimulam quando o nosso ritmo se torna lento, que nos serenam quando temos tendência para começar a correr e que nos acompanham quando o caminho se torna mais agressivo. Sorrio quando penso nessas passadas ritmadas ao meu lado, que quebram os caminhos percorridos vezes sem conta e me fazem percorrer caminhos onde me conheço, onde a paisagem não está viciada, onde me aventuro para algo novo e bonito, onde os passos encontram uma estrada e não atalhos meio toscos.
Mas mesmo com esses passos, por vezes, também se tropeça e se perde um pouco o ritmo. Por vezes aventuramo-nos a percorrer novos caminhos, e isso faz com que os passos, que nos acompanham, alterem o seu ritmo face ao caminho. Paro, espero conseguir entender o ritmo da passada que me acompanha, tento entender onde a estrada me leva, tento entender… tentar entender onde estamos, onde vamos e como vamos pode, por vezes, fazer-nos perder a noção de que os caminhos devem ser percorridos com a serenidade de quem se passeia sem destino preestabelecido, com a serenidade de quem apenas gosta de sentir o prazer de caminhar acompanhada por esses passos que já conhecem os meus passos.

terça-feira, 3 de junho de 2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008